O
carpinteiro e o menino.
Tu
talhaste em madeira as fantasias de criança/
Teu
menino se alegrou, como sorriu, tão feliz/
Eram
soldados e animais, bonecos em dança/
Ricos
contornos, sutis, olhos, boca e o nariz/
Não
eram brinquedos finos de príncipes/
Não
tinham o valor imenso da prata-ouro/
Mas,
a beleza das estrelas em miríades/
Madeiras
e estopas e remendos e couro/
O
encanto não estava na coisa em si/
A
magia estava em se fazer sonhar/
Saber
da presença do Pai amigo ali/
Imaginação
pra voar, rir, correr, amar/
Como
se divertia o menino, singelo engenho/
Tanto brincava e ria em feito tão empolgante/
Tudo
o Carpinteiro criava do encantado lenho/
Sonhos e fantasias, Pai-Filho, amor fulgurante/
Mais
do que a polidez da madeira entalhada/
Eram
os olhares e os silêncios, sutis gestos/
Mãos
de amor habilidosas, feridas, cansadas/
Sagradas
sobras, sublimes, encantados restos/
Espantosa
surpresa, da lasca de madeira: a flor/
Que
doce encanto do menino em suas fantasias/
A
criação e o criador, único, continuo elo de amor/
Era
o próprio Deus desfazendo-se em alegrias/
Em
homenagem à festa de São José.
01.05.2014.
Paulo
Cesar de Lara