quinta-feira, 1 de maio de 2014

O carpinteiro e o menino.

Tu talhaste em madeira as fantasias de criança/
Teu menino se alegrou, como sorriu, tão feliz/
Eram soldados e animais, bonecos em dança/
Ricos contornos, sutis, olhos, boca e o nariz/

Não eram brinquedos finos de príncipes/
Não tinham o valor imenso da prata-ouro/
Mas, a beleza das estrelas em miríades/
Madeiras e estopas e remendos e couro/

O encanto não estava na coisa em si/
A magia estava em se fazer  sonhar/
Saber da presença do Pai amigo ali/
Imaginação pra voar, rir, correr, amar/

Como se divertia o menino, singelo engenho/
Tanto brincava e ria em feito tão empolgante/
Tudo o Carpinteiro criava do encantado lenho/
Sonhos e fantasias, Pai-Filho, amor fulgurante/

Mais do que a polidez da madeira entalhada/
Eram os olhares e os silêncios, sutis gestos/
Mãos de amor habilidosas, feridas, cansadas/
Sagradas sobras, sublimes, encantados restos/

Espantosa surpresa, da lasca de madeira: a flor/
Que doce encanto do menino em suas fantasias/
A criação e o criador, único, continuo elo de amor/
Era  o próprio Deus desfazendo-se em alegrias/

Em homenagem à festa de São José.
01.05.2014.

Paulo Cesar de Lara